
Vivia em terras distantes
longe do mar e das ruas calçadas;
onde banhar-se em água fresca consistia em fechar os olhos. O abismo apoderava-se de sua cegueira tornando seus passos mais vagorosos do que de costume, transformando a sua pressa em uma velha lembrança que usara como tentativa de compor breves alegrias.
Esperava lentamente um novo propósito de chão para alargar a passada, como não era de costume, acalmou-se por alguns instantes ao contemplar a visualização que lhe era sugerida, percebeu sua imensidão em meio ao nada, seguiu contendo o nada nas mãos.
A cada movimento de pés recebia notícias de pedras, plantas e homens.
Do seu cansaço restou apenas a vontade de adorar, seu coração apossou-se. Então o passado, presente e o futuro eram um só tempo.
(...)