sexta-feira, 30 de julho de 2010

Novela das 8 - Drama Queen - Parte I


-Você não está sozinha! -
Essas foram as palavras de Seu Sebastião, um homem com seus quase 70 anos, de cor bem escura, prestador de serviços gerais no local onde a menina estuda, ao deparar-se em mais uma noite onde ele teria de ficar com ela à espera do transporte escolar depois que todos os alunos iam embora para casa. Disse ela:  -Estou tranqüila, Seu Sebastião!
A menina estava com os olhos cheios de lágrimas, pois o que a incomodava não era a demora do seu carro, mas sim a situação dolorosa onde meramente ela se esforçava para tentar disfarçar o ar melancólico para o porteiro fiel em suas esperas noturnas,cujo gesto tão singelo demonstrou intimidade e atenção ao perceber que a garota estava aflita, então ele repetia de tempo em tempo naquela noite: “Não estás sozinha, minha filha!”.
Mesmo em meio a tanta solidão, ela ainda se regozijava, sutilmente, ao olhar atento do porteiro e dos poucos colegas que penetravam em sua expressão naquela noite, a impressão que tinha era a de parecer abandonada.
“Estás com sono? Estás gripada? Estavas a chorar? Seus olhos parecem duas pedrinhas brilhantes em um rio!”. Diziam.
E era assim, entre um toque de lágrima e um coração aquecido que ela fitava de minuto em minuto o seu relógio meio quebrado, a espera de não sei o quê para um não sei onde.
Finalmente ela entra no carro e agradece ao querido porteiro que sempre a acompanha com tanta disposição.
No carro a temperatura estava bem baixa, o ar condicionado estava bem forte e o plano de fundo era uma música de meditação onde o motorista estava “super zen” por ter recebido mil reais por nada, só por ser locutor de uma rádio e amigo de alguém dono de uma loja que podia presenteá-lo. Então ela logo tratou de achar “relações políticas?!”, mas o que teria aquele rico comerciante e o motorista com relações políticas? Pensar nisso era legal,olhar o outro era como uma luz que surgia em meio às trevas de sua melancolia. O motorista super animado com os seus mil reais começou a falar de sua vida, de sua esposa e até de sua ex-noiva.
Por aí o assunto ia ficando mais interessante, talvez pelo fato da moça identificar-se com a história, ela sentia abrir o coração para mais um caso de amor fracassado que tanto tinha a ensinar.
E no final da conversa, a pergunta que não podia faltar:
-E sua ex-noiva, casou-se também?
Para o triste fim, a noiva não conseguira casar e ainda ficava de hospede durante as férias na casa da família do ex-noivo, que já estava casado e com filhos.Mas, a noivinha continuava abandonada no altar, sem filhos, sem igreja, sem religião, sem partido, só com o seu passadinho.
- Coitada dela - disse o motorista.
A passageira adiantou-se ao dizer: - Não é coitada, algumas pessoas casam e outras não, isso é normal -.
-“É...”- Permaneceu o silêncio.
Ao chegar em casa, ela fala com o padre de sua paróquia que estava  jantando com sua família, e corre para o seu quarto, põe uma baladinha de Chopin e começa a ler poemas.
Tão melosa, meu Deus, que não sabe o que fazer com tanta melancolia. E o pior, é que ela gosta de engrossar a voz de vez em quando, gosta de mostrar as veias do pescoço com tanta raiva.
Mas eis o que as emoções fazem com as pessoas... Hora libertam, hora escravizam. É mentiroso quem diz que só há uma forma de amar... Às vezes só amamos a nós, em outras amamos os outros e noutras vezes ninguém.
Ah, ia esquecendo de dizer que durante o percurso do dia alguns jovens marchavam pelas ruas da cidade pela legalização da maconha e pela liberdade de todos nós, mas a garota não se sentia representada, era uma ovelha desgarrada em busca de si mesma, ou ao menos de superar aquela dor que sempre lhe surpreendia. 

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Rainy days

Olá pessoal!
Vou aproveitar a ocasião de chuva para postar uma receita super fácil e tão boa ao ponto de viciar - eu pelo menos estou viciada!
Muito, muito fácil... E com ingredientes que na maioria das vezes temos em casa.
Vou chamá-la de Cappuccino Fake! ;)



Ingredientes:
1 pote de café instantâneo (pode ser de 100g)
Açúcar (2 vezes a medida do café)
Água fervida (a medida do pote de café)


MP: Bata tudo na batedeira por oito minutos - até virar um creme tipo mousse (que nem esse creme da foto!).
Espere esfriar, armazene em um pote e coloque no congelador.


Pronto, a mistura está feita...
Agora só resta você misturar com o leite em
pó e água fervida - assim como se prepara o café instantâneo normalmente (eu coloco 2 colheres de chá da mistura e duas de leite em pó). E ainda dá para usar a criatividade... Acrescentar canela, chocolate, licor... O que você quiser!